Eu me preocupo com besteira Penso demais, até demais As vezes perco as estribeiras, E tomo por certezas, aquelas incertezas E tu caiu na bebedeira Bebeu demais, um pouco mais A tua vida é uma doideira, E a tua esperança mora em um copo De cerveja Na Cidade Baixa Não diga a ninguém Mas eu deliro, sim, meu bem Em teu mar de cinzas, Poesias, réquiens Não deixe ninguém saber, Mas eu queria um dia ser A tua bebida, que tu sorves Pra viver Saíste a semana inteira Fugiu do lar, pra algum lugar Onde a cachaça é mais grosseira E as pessoas são um pouco mais Caladas E viva a madrugada! Não diga a ninguém Mas eu deliro, sim, meu bem Em teu mar de cinzas, Poesias, réquiens Não deixe ninguém saber Mas eu queria um dia ser A tua bebida, que tu sorves Pra viver Poesia juvenil Um lápis um argil Encantam qualquer um Deixe o soul de lado e escute um blues Hoje a noite te engoliu E veio a escuridão te recobrir Na tua cabeça, um enorme déjà vu Já foi o tempo em que eu acreditava Que aquilo tudo de uma fase não passava Se cada beijo meu roubado Era um romance declarado Então roubasse até que eu dissesse que Era um louco apaixonado, Por tua voz, embriagado Nas nuances do teu rosto a sorrir Não diga a ninguém Mas eu deliro, sim, meu bem Em teu mar de cinzas, Poesias, réquiens Não deixe ninguém saber Mas eu queria um dia ser A tua bebida, que tu sorves Pra viver.