O Rio antigo, quero relembrar Pelo maxixe que ele conheceu Alguma coisa para transportar nossos avós Ao mundo que foi seu Quero falar no bonde de burrinho Que esperava a gente se aprontar E na vaquinha que parava à nossa porta Pra nos deleitar As nossas ruas que eram bastante estreitas, então Bem pensado, eram mais largas Relativamente, do que hoje são E falando da iluminação O que é verdade é que a luz era fraca Mas nunca faltou luz num lampião Naquele tempo, era Zona Norte A mais grã-fina de toda cidade Pois quem disse: Independência ou Morte Ali passou a sua mocidade São Cristóvão era sem igual Com seu pomposo Paço Imperial E as liteiras que andavam todo o dia, o bairro maioral Que é da rua famosa Que até inspirou a versão do Cai, Cai Balão Onde estás, ó Rua do Sabão Que fizeram de ti? E da tua colega do Piolho Na tradição não puseram mais ouro E passaram a mudar tudo por aí No carnaval, usava-se o entrudo Que era água e às vezes, era tudo E que gozado, o tal limão de cheiro Que nem sempre era lisonjeiro O Zé Pereira teve o seu cartaz Naquele tempo, que não volta mais Das lutas entre os blocos E das fantasias mais originais Pra terminar Eu não posso deixar de falar no Castelo Nesse morro que foi abaixo Para ali surgirem, ó quanta ironia Castelos, castelos, mais castelos Com o progresso, cresceu a cidade E o preço do pão, que calamidade!