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Ademilde Fonseca - Rio Antigo lyrics

Artist: Ademilde Fonseca

album: Tico-tico no fubá


O Rio antigo, quero relembrar
Pelo maxixe que ele conheceu
Alguma coisa para transportar nossos avós
Ao mundo que foi seu
Quero falar no bonde de burrinho
Que esperava a gente se aprontar
E na vaquinha que parava à nossa porta
Pra nos deleitar
As nossas ruas que eram bastante estreitas, então
Bem pensado, eram mais largas
Relativamente, do que hoje são
E falando da iluminação
O que é verdade é que a luz era fraca
Mas nunca faltou luz num lampião
Naquele tempo, era Zona Norte
A mais grã-fina de toda cidade
Pois quem disse: Independência ou Morte
Ali passou a sua mocidade
São Cristóvão era sem igual
Com seu pomposo Paço Imperial
E as liteiras que andavam todo o dia, o bairro maioral
Que é da rua famosa
Que até inspirou a versão do Cai, Cai Balão
Onde estás, ó Rua do Sabão
Que fizeram de ti?
E da tua colega do Piolho
Na tradição não puseram mais ouro
E passaram a mudar tudo por aí
No carnaval, usava-se o entrudo
Que era água e às vezes, era tudo
E que gozado, o tal limão de cheiro
Que nem sempre era lisonjeiro
O Zé Pereira teve o seu cartaz
Naquele tempo, que não volta mais
Das lutas entre os blocos
E das fantasias mais originais
Pra terminar
Eu não posso deixar de falar no Castelo
Nesse morro que foi abaixo
Para ali surgirem, ó quanta ironia
Castelos, castelos, mais castelos
Com o progresso, cresceu a cidade
E o preço do pão, que calamidade!

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