Mais um jovem negro no chão Indefeso e sem arma na mão Sonhos que não envelhecerão Outra vida em vão Hey, dias de fúria, microfone Empenho contra o senhor do engenho Sangue do meu sangue no chão Por isso não me abstenho Jovem, adulto, idoso, morto a tiros Esse é o desenho A cena que se repete A história que sempre acontece Mãe do Jardim Alvorada, Cafezal, Palmital, São José Morro do Papagaio ou Pedreira, eu sei, é assim que é A bala perdida tem nome, endereço e cor Prossegue a dor de quem se parece comigo E todo mundo conhece o inimigo Outra mãe que não vai dormir Outros filhos que não vão sorrir Até quando, até quando aceitar? Até quando? Até quando? Até quando, até quando suportar? Até quando? Até quando? Senhorios tramam contra a paz Violentam o futuro então Espalham o ódio num cartaz E cegam o coração Outra mãe que não vai dormir Outros filhos que não vão sorrir Até quando, até quando aceitar? Até quando? Até quando? Até quando, até quando suportar? Até quando? Até quando? Até quando, até quando aceitar? Até quando? Até quando? Até quando, até quando suportar? Até quando? Até quando?