A costela trava E o corpo congela Quando na madrugada Você se tromba com ela Com a lanterna acesa Encapada de cinza No olhar de fissura E na mente a malícia O corpo arrepia quando Faróis iluminam o seu rosto E no momento naquele bairro Me dá até desgosto Olhava na cara do cara Que estava alucinado Na mira deles era eu Me sentindo finado E no meu canto calado Na madrugada na mira dos tiras Me senti a próxima vítima Sem dar nenhum motivo Será que eu fui confundido? Aí, bota a mão na cabeça, filho da puta, vai! Mão na cabeça, mão na cabeça Escuto gritos e tiros Que eles dão pra me assustar E no momento eu vejo a morte passar E o desespero me põe Diante do meu passado Lembrei daquelas pessoas Que me aconselhavam Ai que saudade eu sentia Da minha família e das palavras Que a minha coroa me dizia Palavras que por mim Foram todas ignoradas E mal sabia eu que era' Plavras abençoadas E como eu, eu sei Que existem outros filhos Que quando os pais falam Eles não dão ouvidos E só se lembram das palavras Quando estão em perigo Senti saudade do beijo E do leito da minha mina Do abraço dos meus irmãos Do aperto de mão dos amigos Meu coração disparava E eu pedia proteção Porque a lei da madrugada É vela preta ou caixão A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? Aqueles homens que estão Com os olhos estatalados Após ter batido com o prato Como o acesso é fácil Com o narco estão lado a lado Da cocaína abusaram, otários Se não seguram sua onda Não atrasem o meu lado Só basta um bem-bolado No meu esquema eu não falho Eu não sou viciado Mas posso ser baleado E encontrado nas quebradas de São Mateus Por que me acusariam? O filho da puta te acusaria Dos homicídios que cometeu Nunca estão conscientes Nunca se importam com a gente E fatos e fatos se acumulam E um, dois, três, se vão E você seria como muitos Mais uma vítima na madrugada (na madrugada) E com certeza fariam O que já fizeram com outros Dariam sumiço no corpo E o desespero de muitas famílias Seria o sufoco da minha Que me procurariam No IML, Necrotério e na Delegacia E não me encontrariam Não quero imaginar como seria A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa Mas dizem que a esperança É a última que morre Mas a minha no momento Já estava assassinada Pois era de madrugada E por zica eu tinha encontrado Com os assassinos da noite O meu corpo suava Todos posicionados Com os armamentos apontados A maioria engatilhados No rádio amador, um chamado Atenção viaturas do 49 DP Rebelião seguida de fuga Necessitamos de reforços, QSL Positivo central, estamos a caminho, QSL E graças a Deus e aos Oxalás Por eles fui esquecido Saíram descabelados Na curva quase trombaram Sumiram na escuridão Continuei paralisado Não acreditando no fato Porque são raros os casos de salvação Daí então eu pude definir O que é bom, o que é ruim E dar valor pra vida Lembrei da minha família Das trapalhadas, dos fatos Das baladas vazias Cheguei em casa sufocado Abri a porta do quarto E todos ali dormiam Isso me satisfez Em ver minha família A quem muito eu devo Pessoas que eu pensei Que não veria outra vez Quando eu encontrei Com os assassinos da noite A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa? A calada da noite é aliada da maldade E se tromba a polícia será que da morte escapa?