Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Nove da manhã, o maior calor
Não sou bandido, para de me olhar, seu doutor
A desconfiança chama a atenção de outras pessoas
Minha ideia eu valorizo, não sou à toa
Assim que eles veem quem mora aqui
Descalço mesmo, sem nada, a vida é so pedir
De esmola em esmola, à procura do pão
Viram lixeiras de cabeça pra baixo, meu irmão
Quantas vezes eu sonhei com isso aqui
Que pesadelo, dá um tempo, espera aí
Hoje eu tô de boa com amigos e inimigos
Pra garantir a minha ideia, ainda fiz assim
Mãe, guarda esses revólveres pra mim
Pra onde eu tô indo hoje, não vou mais precisar
Com eles nunca mais vou atirar
Quero ficar de boa, nada que possa puxar
Sonhe bem, pense bem, ajude alguém
A noite é fria, seu doutor, você não vem
Na perna, uma ferida de carne crua
Você não liga porque a vida não é a sua
Sonhe bem, pense bem, ajude alguém
A noite é fria, seu doutor, você não vem
Mais um corpo endurecido achado ao léu
Um anjo o levou pra porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Trouxe meu filho, de qual é, ele ver
Ficar esperto, o movimento conhecer
Sempre desprotegido, um camburão fodido
Três PM, colete à prova de bala, um tiro
Cinco bandido trocam tiro com os PM
A gente fica no meio, meu filho treme
Eu o abraço, eu sou o seu colete
Uma bala acerta a minha perna, cacete!
Revidei pros dois lados, pode acreditar
Sequei meu ferro, mandei as 15, safado!
Meu sangue cobre meu filho como se fosse um véu
Um anjo nos levou pra porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
Bate, bate, bate na porta do céu
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