Kishore Kumar Hits

A Família - Filho Ingrato lyrics

Artist: A Família

album: Mais Romântico


Dezembro eu relembro como se fosse agora
Um momento de emoção, um dia aquela hora
Sua mãe radiante, de olhar cintilante
Recebendo a noticia que estava gestante,
Nervoso e feliz no mesmo instante,
A emoção tomou conta, dominando o gigante,
Feliz sempre quis com a mulher amada
Prolongar minha raiz, por um pé na estrada
Era novo só amor, na flor da idade,
Responsabilidade o meu peito invade
Quem casa quer casa tem que ter proceder
O tempo era curto e eu tinha que correr
O relógio meu inimigo mais meu filho quer nascer
Como é que vai ser? o trabalho vai ser duro
O dia de amanhã tô sabendo é escuro
O presente eu já vi só não enxergo o futuro
Mas acredito em deus e não vou me abalar
Minha fé inabalável tenho força pra lutar
Se a preguiça for virtude para mim ela não presta
Eu sei se precisar faço varias horas extra
Quem testa só detesta e protesta o nosso amor
É gente só ruim e no peito só rancor
A família toda contra pela pele minha cor
O racismo é uma doença e tá no peito do avô
São varias barreiras mais não fico preocupado
Meu pai sempre falo que a vida não era fácil
E só pra mim cria trabalho tipo um escravo
Longe de mim querer ser filho ingrato
O homem que é guerreiro com a batalha não se ilude
Eu peço aos ancestrais por favor me ajudem
Faço parte da plebe rebelde e sou rude
Eu só peço inteligência e meu filho com saúde
Oito meses se passando, eu só ando apressado
De casa pro hospital, do hospital pro trabalho
Comprei todo enxoval, arrumei o nosso quarto
Contrações aumentando consagrando a luz do parto
E faz pré natal corre, corre pro hospital
São vários exames ela tá passando mal
Falei meu deus por favor me acuda
Meu amor tá morrendo manda um anjo com ajuda
Doutor, doutor por favor doutor
Minha mulher meu filho
Calma senhor seu filho nasceu é uma criança
Linda mas infelizmente a mãe não resistiu,
Sinto muito, sinto muito
A tristeza novamente toma conta do espaço
Minha mulher deu a luz mas faleceu no parto
Não faz nem um ano que meu pai foi enterrado
Agora eu tô sozinho no meio da guerra desarmado
Chama um querubim, um arcanjo, serafim
Pois o peso do mundo desabou sobre mim
A natureza da com a mão e com a outra toma sim
Me da um filho belo e minha esposa teve um fim
Mas a fé que deus nos da não pode ser abalada
O inimigo me acerto me levantei refiz a guarda
Levantei minha cabeça em direção ao horizonte
Sou pedreiro, marceneiro, construtor, faço ponte
A roupa, o alimento, e um teto pra morar,
Amor, muito carinho, e uma moça pra cuida,
Brinquedo não falto, uma escola pra estuda
Jurei por deus do céu por você vou batalhar
A idade, a vaidade foi chegando pois eu via
Queria quase tudo que a tv lhe oferecia
Eu de longe via ele já querendo namorar
Eu só tinha uma exigência você tem que estudar
A tristeza ce cansou, chegou a felicidade,
Quando eu tive a noticia que ele entrou pra faculdade
Filho nunca esqueça de fazer boas ações
Pois eu peço sempre a deus em minha orações
Já faz bastante tempo que eu não vejo a minha cria
A última noticia se formou em engenharia
As grandes capitais deixam as pessoas frias
Mandei ele estudar mais eu juro eu não sabia
A ruga, a velhice tomou conta do meu rosto
Do meu coração quem se apossou foi o desgosto
Se dedica a uma pessoa o tempo todo da sua vida
E não recebe nem um tchau na hora da partida
A idade já chegou as dores vem se aproximando
Só trinta por cento do meu corpo funcionando
Mal de parkinson, derrame, bateria de exame
Diabete muito alta já circula no meu sangue
Noites mal durmidas minha mente conturbada
Enxergo muito pouco minha visão tá complicada
Mais eu posso enxergar a cegueira do meu filho
Lhe dei tanto amor mais hoje eu vivo num asilo!!!
(Chorando)
Eu me sinto abandonado de viver não tenho vontade
Será que amor de mais é uma forma de maldade?
Eu fui perito na enxada mais não tive camiseta
Mas hoje o meu filho é o doutor da caneta
Há muito tempo atrás eu tive que provar
Que também era capaz de poder lhe criar
Sua mãe faleceu seu avô veio lhe tomar
Lutei contra o mundo pra poder te cuidar
Agora o desprezo é o pão que eu tô comendo
Cada dia que se passa a solidão me corroendo
Antes de morrer eu desejava lhe ver
Enquanto não acontece eu rezo por você
(Choro)

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