Yeah ah Num bar rodo a cidade sem charme fora-se o tato A par da opacidade encarno a folha de acetato A carne tem azedado, tão fraca foda-se dá-me A faca que 'tou cacetado Do carma tomba sedado, calma Chegou a ser castigado, 'tá cabeça pra caralho Como um circuncidado eu vi num círculo a singrar-me De ingrato do avante Camarada doravante só aceito ser proclamado De porco lameado em ouro branco com memória de elefante Minhas grilz são marfim como a foz desse teu sangue Fim do mar que estanco Vim domar este ano Num jurássico barco juro que o ácido bate tanto Selos tipo sou carteiro e nem é só pelas letras Mano tu és sucateiro e é só pelas letras 'To farto dessas lengas ao quadrado Tu não vês que a mesa redonda dessas vossas lendas é um quadrado? Achas que alguma vez quis enquadrar-me? Essa faixa 'tá fora da caixa, mas de quem caralho? Ninguém há de impor limites ao meu trabalho vou te encarar E dizer que o meu rap não é trabalho Nem sei o que isso é de facto O meu pai sexagenário a lutar de fato macaco Afogado em tabaco Embalsamado em café creme Que a fé teme Olhá-lo calejado Bafejado pelo hálito mortuário desse fado Precário nesse estado Mas vou lhe dar a lufada ao ponto de o ver arejado Afastado da claustrofóbica parte de baixo dos carros Em cima da batida dou escarros Como ele em 74 Hoje ele sabe que não me encravo Vou deixar o meu subconsciente nestes graves P'a deixar o teu sub consciente dos meus graves Sabes não pertences ao meu povo Nado neste rio amargo Onde talho o teu caixão com o meu machado Olho é manchado pela lágrima Por ver a mãe achar que sou uma lástima Juro pela minha vida que não vais acabar num lar estive a Limar arestas dum alarve isto agora lava-me Viste? Agora leva-me Viste? Agora lava-me Eu sei que não vou tarde E não anseio a meta aguarda-me Não olho ao espelho de retaguarda E quem me retarda eu deixo para trás Eu sei que não vou tarde E não anseio a meta aguarda-me Não olho ao espelho de retaguarda E quem me retarda eu deixo para trás Lacrimejo na areia negra de noites em branco Amanhece o luto nas olheiras alheias que eu planto As orelhas essas tão cheias do pranto Tipo quando tu rodeias estas paredes limando Arestas dessas mesmas com o teu plano Até que fiquem transparentes Não me iludo se o meu rap traz parentes Há família que simplesmente não sabe sê-lo Farto desse teu cuspo que vem agarrado ao teu selo 'Tou longe de ser o belo Passa-me pelo cerebelo que lágrimas virem veneno Em cantos de páginas do nosso livro E quando tu fores a lê-lo Morres assim que molhes o dedo Vira páginas a lambê-lo Na lápide do nosso epílogo Sabes eu encaro a vida com estes meus olhos de enterro Que fachada sem Bernardo viro infante de orgulho tenro Tipo porque é que ainda tento? A tomar fluoxetina 'tão porque é que ainda tremo? 'Tou a par que folhas ímpares já não fazem o nosso trevo Mas temo que caduquem Ou 'tou no, outuno, ou 'tou nu Uns acabam de maca e eu ainda mais deitado no meu trono Onde almejam ser quem sou sem saberem o quanto eu sofro O meu sonho é ser a cobra que se renova Mordo um rabo Amor dum lado 'Tou sem blunt de semblante emoldurado Em prol do fardo do rufar do teu fel imaculado Acumulado como o pó que vem na rima colado Ou na narina claro onde cheiro o vosso sangue coagulado E comparo a vossa escrita com a do lado Ou na narina claro onde cheiro o vosso sangue coagulado E comparo a vossa escrita com a do lado Eu sei que não vou tarde E não anseio a meta aguarda-me Não olho ao espelho de retaguarda E quem me retarda eu deixo para trás Eu sei que não vou tarde E não anseio a meta aguarda-me Não olho ao espelho de retaguarda E quem me retarda eu deixo para trás