Carcerário desse olhar que me seduz, me corrói E do meu que já da luz me dói O meu sudário em sumário deu-me à cruz que tu pões Emoldurada em teu orgulho estoico O que é que foi ele disse (o que é que foi ele disse) O que é que foi ele disse O que é que foi ele disse (o que é que foi ele disse) O que é que foi ele disse Ouve hoje soube-me a pouco Sem brilho sob o meu olho Vê quando subo o sobrolho Dou-me ao meu som demagogo Serve-te de consolo o meu troco Se hoje me prendes estou como A cerrar os dentes 'tá podre Toda esta carne de Estocolmo Eu fui ao fundo do mar Quando me afoguei no teu corpo Eu naveguei sem enjoo Tua dor ficou-me no goto Teu sótão feito meu esconso Onde só 'tão feitos em esboço Os teus trejeitos que eu escondo No meio de beijos no pescoço Amor 'tavas no calendário noutro mês, há dor Em qualquer prato do meu cardápio não há mesa a pôr Etelvina eu já corado confio-te o meu calor Eu sou esse homem acocorado à beira rio à noite À noite, à noite Horas extraordinárias foi E eu que voltava a fazê-las hoje Quero dormitar com a mulher dos meus sonhos Então eu deixo a luz acesa à noite Carcerário desse olhar que me seduz, me corrói E do meu que já da luz me dói O meu sudário em sumário deu-me à cruz que tu pões Emoldurada em teu orgulho estoico O que é que foi que ele disse (o que é que foi que ele disse) O que é que foi que ele disse E o que é que foi que ele disse (o que é que foi que ele disse) E o que é que foi que ele disse Mas hoje soube-me a tanto 'Tou louca, louca por quanto Eu 'tou com o brilho no canto Enquanto contas o tanto Que eu seduzo e encanto A fome foge-me do pranto Mas deduzo que não cantes Eu 'tou com os olhos brilhantes E eu vou sugando o teu sopro Ignoro o pouco que te soube Eu vou matando o meu jogo Não vejo o brilho no teu olho Vou encostando no teu corpo Rasgar um pouco da tua roupa Vemos as estrelas no teu colo Dentro do céu da minha boca Horas extraordinárias foi Também voltava a fazê-las hoje Quero dormitar com o homem dos meus sonhos Ser quem apaga a nossa luz à noite (à noite, à noite, à noite) Carcerário desse olhar que me seduz, me corrói E do meu que já da luz me dói O meu sudário em sumário deu-me à cruz que tu pões Emoldurada em teu orgulho estoico O que é que foi que ele disse (o que é que foi que ele disse) O que é que foi que ele disse E o que é que foi que ele disse (o que é que foi que ele disse) E o que é que foi que ele disse