Não há flor do verde pino que responda A quem, como eu, dorme singela O meu amigo anda no mar e eu já fui onda Marinheira e aberta Pesa-me todo este corpo que é o meu Represado, como água sem destino Anda no mar o meu amigo, ó verde pino Ó verde mastro da Terra até ao céu Soubera eu do meu amigo E não estivera só comigo Que onda redonda eu era para ele Quando, fagueiro, desejo nos levava Ao lume de água e à flor da pele Pelo tempo que mais tempo desdobrava E como, da perdida donzelia Me arranquei para aquela tempestade Onde se diz, duma vez, toda a verdade Que é a um tempo, verdade e fantasia Soubera eu do meu amigo E não estivera só comigo ♪ Que sou agora, ó verde pino, ó verde mastro Aqui prantado e sem poderes largar? Na mágoa destes olhos, só um rastro Da água verdadeira de outro mar Soubera eu enfim do meu amigo E não estivera só comigo, em mim