Violência é coisa de branco rico Enquanto isso no banco fico Vendo o vizinho morrendo A família sofrendo e o meu povo pagando mico Mano, eu nasci num maldito circo Onde todo leão é domado E como aberração é tratado Jogado na vala por mais de um suíno Som de tiro por aqui é hino Nego é adulto já desde menino Fuzil é brinquedo que mete medo No filho da puta que ousa encarar E quem vem comprar Chega tremendo tentando entender O que acontece, quando ele sai Com o cu cheio de droga pro apartamento e desaparece Até parece um universo Alternativo do da notícia Pra cada herdeiro que mata os pais Dez pretos morrem na mão da polícia É grande a malícia Lá no baile funk com a pati chapando à luz da lua Mas se me encontra usando Juliet Atravessa logo pro outro lado da rua Comigo atua Diz pra esquecer tudo isso e deixar a diferença de lado Só que na balada não beija, porque não almeja Índio que não seja pelado Não é engraçado o que se passa A fumaça que tu inala, pra mim é pouco A realidade da minha quebra é o suficiente Pra me deixar louco A gente passa sufoco E sorri com o pastor roubando a cada oração É de coração o que falo, onde passo tem Cadáver de decoração Dispenso o Tinder Porque a PM tá sempre passando a mão no meu saco Não fazem programa, mas me dão um cheiro E o dinheiro no fim sou eu sempre quem pago Eu já fiz coisas que você não faz Eu já vi coisas que você nunca viu A minha casa ainda não conhece paz Sou nascido e criado no covil Eu já fiz coisas que você não faz Eu já vi coisas que você nunca viu A minha casa ainda não conhece paz Sou nascido e criado no covil E eles são chatos Por isso gostam tanto do meu saco Vi que vocês postam enquanto eu cago Pra opinião de quem não sabe do que fala Meu trago faz da sala sauna Fumaça num cômodo hoje é liberdade Da fauna pra flora e agora quer calma, fi? Cê não é exclusividade Cês são câncer de toda a cidade Faz a mocidade não ser mais alegre Robô do sistema, frequente no tema E é só um sintoma, tipo febre Tipo lebre nóis corre Quando vê viatura Acha que é vitimismo Mas não leva dura Abaixa que o cinismo, meu Ninguém atura Um salve pros mano No corre atrás de mistura Se falaram tudo sobre Saiba que é tudo o dobro É como um cubo mágico Na mão de um ogro Presente, passado e futuro trágico Um furo e é lógico PM sádico produz Atestado de óbito A lista de pretos mortos É maior que um obeso mórbido Mas liguei pro Da Vinci E pedi os código Pra poder mostrar o sangue Que o IBGE esconde Governo é nosso sistema Imunológico Logo o Brasil tem HIV Portugal veio no pelo Quando decidiu foder Porque Eu já fiz coisas que você não faz Eu já vi coisas que você nunca viu A minha casa ainda não conhece paz Sou nascido e criado no covil Eu já fiz coisas que você não faz Eu já vi coisas que você nunca viu A minha casa ainda não conhece paz Sou nascido e criado no covil