A tropa vinha estendida pastando no corredor Eu empurrava culatra, também fazia o fiador Num bagual gordo e delgado, arisco e corcoveador Que se assustava da estaca e da sombra do maneador Enquanto existir cavalo mais brabo que o temporal É brabo a vida de um taura que só trabalha de peão Nisso uma lebre dispara debaixo dum macegão Meu pingo só deu um coice escondendo a cara nas mãos Saiu sacudindo o toso e cravou o focinho no chão Tenteei levantar no freio, mas era tarde demais Eu vi uma poeira fina formando nuvens pra trás Berrando se foi a cerca e cruzou pro lado de lá Parecia uma tormenta cruzando em massambará Se enganchava nas esporas sobre a volta do pescoço Cortando couro com pelo e tirando lascas de osso Naquele inferno danado bombiei pra meu cebolão Regulava quatro e pico numa tarde de verão Tenteei levantar no freio, mas era tarde demais Eu vi uma poeira fina formando nuvens pra trás Berrando se foi a cerca e cruzou pro lado de lá Parecia uma tormenta cruzando em massambará Senti a força do vento me arrancando dos arreios E aquele bicho parecia que ia se rasgar no meio Deixei manso e de confiança montaria de patrão Pois honro o nome que carrego, vamos ouvir a voz desse povo Tenteei levantar no freio, mas era tarde demais Eu vi (uma poeira fina) formando nuvens pra trás E berrando (se foi a cerca) e cruzou (pro lado de lá) (Parecia) uma tormenta cruzando em (aqui em Santa Catarina)