É coisa linda um ronco de gaita
Nos fandangos do meu Rio Grande deste jeito cumpadre!
Ao som de um farrancho, chego de à cavalo
Apeio no embalo, xúcro de um gaiteiro
Campeio meus troco, rodeio a guaiáca
E o cabo da faca, reluz no candiêro
Já entro pachola e vou pagando a ficha
Uma china me espicha um olhar de soveú
Vou direito a copa, cutuco a algibeira
E tapeio a poeira, na aba do chapéu
Falquejo uma prosa, capricho no trote
Já armo meu bote, prá uma fandangueira
O gaiteiro bueno, de canha se enxarca
E eu feito um monarca, me vou pra vaneira
Sou de pouca prosa, me agrada entrevero
E até bochincheiro, conhecem meu jeito
Tirando retosso, cordeôna, guitarra
E o gosto por farra, não tenho defeito
Pra o meio do baile, arrasto as chilena
A noite é pequena bombeando as mulher
Se acaso puder a mais linda eu penero
E aparto a que eu quero pra arrastar o pé
Falquejo uma prosa, capricho no trote
Já armo meu bote, prá uma fandangueira
O gaiteiro bueno, de canha se enxarca
E eu feito um monarca, me vou pra vaneira
No assoalho vermelho, do chão colorado
Eu danço embalado, nos braços da china
Esqueço da lida, pendênga e peleia
Quando ela arrodeia, me alisando a crina
Já na outra marca, aquece o assunto
Comigo vai junto, na prosa que encilho
É certo o namoro, no fim da noitada
É carga dobrada, no pingo tordilho
Falquejo uma prosa, capricho no trote
Já armo meu bote, prá uma fandangueira
O gaiteiro bueno, de canha se enxarca
E eu feito um monarca, me vou pra vaneira
Me segura que nós se vamo cumpadre velho
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