Não, não se entregue por inteiro Deixe um pouco pra depois Arroz com feijão tropeiro Nem sempre é baião-de-dois Não queiras ser mais que nada Sede só o que vós sois A festa da vaquejada Só não tem graça pros bois Fixe-se o olhar no firmamento Sem tirar os pés do chão Devagar se vai mais lento Passo a passo, grão em grão Se o homem é o momento O momento faz canção, ê, ô ♪ De onde menos se espera Quase nada pode vir Despertar de uma quimera Tira o sono ou faz dormir Quem canta os males espanta Abra os olhos pra ouvir Cedo o mundo se levanta Porque o sol se faz sentir Pra regar um sentimento Tem que haver transposição Cada qual com seu talento Faz valer a intenção Se o homem é o momento O momento faz canção, ê, ô, ê, ô ♪ Censurar ninguém se atreve Deixe estar se nos convém Pra chorar, que seja breve Pra sorrir vá mais além Como quem não foge à luta Seja o seu próprio refém Se tiver razão, discuta Se não tiver, diga amém A cada palavra enxuta Cada verso singular No calor de uma disputa Nem dá tempo se abanar Entretanto, e finalmente Nas terras da ilusão Não se sabe qual semente Vai vingar no coração, ê, ô, ê, ô ♪ E o amor se faz tormento E o querer se faz paixão Visto que o discernimento Não resiste à tentação Ignore o juramento Se o homem é o momento O momento faz canção, ê, ô ♪ Ê, ô, ê, ô, ê, ô, ê, ô