ARRANCADO DE LÁ Mestre Peixinho - Capoeira da Senzala Na sua terra o negro era gente Mas foi arrancado de lá Nu sua terra o negro era forte Mas foi arrancado de lá Na sua terra o negro era bonito, era puro Mas foi arrancado de lá Na sua terra o negro era guerreiro Mas foi arrancado de lá Na sua terra o negro era Rei Mas foi arrancado de lá Aqui o negro é nada Agora o negro é pouco Humilhado, espancado Com a sua coragem em frangalhos Mas dorme no peito do negro Latente em ódio Um grito de liberdade Iê Essa cantiga foi gravada em homenagem ao mestre Pastinha Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Oi, trago e meu corpo cansado Coração amargurado Saudade de fazer dor Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Eu fui preso a traição Trazido na covardia E se fosse luta honesta De lá ninguem me traçia Na pele eu trouxe a noite Na boca brilha a luar Trago a força e a magia Presentes dos Orixás Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Eu trago dardendo nas costas O peso dessa maudade Tambem pulando no peito O grito de liberdade Que é grito de raça nobre Grito de raça guerreira É grito de raça negra É grito de capoeira Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só Quando eu venho de Luanda Eu não venho só