Ainda me lembro como tudo começou Numa senzala lá na Bahia O negro luta pela liberdade Sente saudade, terra mãe, querida Ainda me lembro como tudo começou Numa senzala lá na Bahia O negro luta pela liberdade Sente saudade, terra mãe, querida E o mato baixo é capoeira De pau pereira, fiz meu berimbau No meio da noite o atabaque zoa E o som ecôa lá no cafezal Ainda me lembro... Ainda me lembro como tudo começou Numa senzala lá na Bahia O negro luta pela liberdade Sente saudade, terra mãe, querida Ao ver o mar, negro criou a ginga E os movimentos viu nos animais Luta de morte disfarçou em dança Aprendeu mandinga com seus orixás Ainda me lembro como tudo começou Numa senzala lá na Bahia O negro luta pela liberdade Sente saudade, terra mãe, querida Corre pra mata pra fugir do açoite Corre pra mata, lá vem capataz Martelo forte derrubou o moço Corre pra mata sem olhar pra trás Ainda me lembro Ainda me lembro como tudo começou Numa senzala lá na Bahia O negro luta pela liberdade Sente saudade, terra mãe, querida Mas hoje a noite no quilombo é festa Lá na floresta, não me escondo mais A capoeira hoje ganhou o mundo Mas ainda luta por seus ideais Ainda me lembro... Ainda me lembro como tudo começou Numa senzala lá na Bahia O negro luta pela liberdade Sente saudade, terra mãe, querida