Rio Preto era um nego Criado na sujeição No 'gorpe da liberdade Nego virou valentão Pôs na cinta um bacamarte Do outro lado um facão As donzela' e as casada' Nego deu perseguição Foi na casa do Zé Leite Zé Leite não tava lá Achando a 'muié 'suzinha Nego pegou a intimar Não me aceite por visita Que eu não vim lhe 'visitá Monte aqui na minha garupa Que eu vim é lhe 'buscá A 'muié lhe ofereceu Duas pataca' de ouro Só me interessa a senhora Ô muié, deixe de choro Essa sua formosura Vale mais que um tesouro Se o Zé Leite acha ruim Queimo 'pórva no seu couro Zé Leite quando chegou Soube do que acontecia Foi 'dizê pra sua sogra Vim 'entregá sua fia' Quem tratou 18 ano' Pode tratar mais um dia Se eu não 'encontrá Rio Preto Não procuro mais famía' Respondeu seus dois cunhado' Que mostrava lhe 'estimá Pode ser no fim do mundo Rio Preto vamo 'encontrá O primeiro atira bem O do meio regular O defeito do caçula É todos os tiro' não errar Saíram os três rapaz' Vê três onça comedeira Atoparam com Rio Preto No meio da capoeira Foi na primeira descarga Rio Preto arriou bandeira Tô ferido, rapaziada Tô na hora derradeira E eu vos peço, José Leite Não me acabe de 'matá Me leve 'po padre Amâncio Que eu quero 'confessá A morte de Rio Preto Fez o sertão 'sossegá Acabou-se o pesadelo Das famía' do 'lugá