O som dos aviões, o dom dos automóveis Competindo com as vassouras que esfregam o chão O rosto da TV, o corpo da notícia Distraindo minha tarde em sua direção O Sol é amarelo e ameaça é chuva Que bem pode desaguar mais leve que o ar A sensação de tudo e a boca sem saliva Me recordo de outro dia em que não quis falar São mais dez reais a menos por viver parado Vinte horas que ganhei por não tentar vencer Mas hoje é sempre hoje desde mais de ontem Quem respira noite e dia pode me entender A fresta da minha porta é a mesma saída Que a fresta escancarada de uma catedral E se tudo me ilumina, se eu quiser bastante Pois, que paire sobre mim todas as cores que vi