Vivia sozinha Num ranchinho velho, feito de sopapo O seu rádio a noite, era o canto de um sapo Sua cama, uma esteira entendida no chão Levei pro meu sítio Troquei por cetim os seus trapos de chita E até pra malvada se ver mais bonita Pus luz em seu quarto, em vez de candeeiro E só por dinheiro, fez o que fez Esta ingrata mulher, fugiu com o doutor que eu mesmo chamei E paguei pra curar, os seus bichos-de-pé Assim me falou Um pobre matuto, coitado, chorando Em seu desespero, ele foi me ensinando Que, em todo lugar, mulher sempre é mulher Se pede uma flor, e a gente lhe dá, ela exige uma estrela E, se por acaso ela não obtê-la Partirá com o primeiro homem que lhe der (Que lhe der) Pois em todo lugar (Pois é) Mulher sempre é mulher Mulher sempre é mulher Mulher sempre é mulher (Mulher sempre é mulher)