Vou entrando na madrugada Em mim uma voz calada Um verso esquecido que ficou Vou sem esperança ou sorte Sem mesmo um pensamento Cortando a brisa, o vento O silêncio que restou Sigo solto no espaço infindo, morto Descalço vou sem porto, sem passo, sem chegar Vou na vida, no amor, na madrugada Perdido no vazio do seu olhar Desço estrada, o horizonte aberto, o nada E no céu suspenso, o tempo parece que parou Deixando o irreal erguido, o seu vulto distorcido O sorriso incontido, zombando Sigo solto no espaço infindo, morto Descalço vou sem porto, sem passo, sem chegar Vou na vida, no amor, na madrugada Perdido no vazio do seu olhar Do seu olhar Do seu olhar