Hay dias que no sé lo que me pasa Eu abro meu neruda e apago o Sol Misturo poesia com cachaça E acabo discutindo futebol Mas não tem nada, não Tenho meu violão Mas não tem nada, não Tenho meu violão Acordo de manhã, pão com manteiga E muito, muito sangue no jornal Aí a criançada toda chega E eu chego a achar Herodes natural Mas não tem nada, não Tenho meu violão Mas não tem nada, não Tenho meu violão Depois faço a loteca com a patroa Quem sabe nosso dia vai chegar E rio porque rico ri à toa Também não custa nada imaginar Mas não tem nada, não Tenho meu violão Mas não tem nada, não Tenho meu violão Aos sábados em casa tomo um porre E sonho soluções fenomenais Mas quando o sono vem a noite morre O dia conta histórias sempre iguais Mas não tem nada, não Tenho meu violão Mas não tem nada, não Tenho meu violão Às vezes quero crer, mas não consigo É tudo uma total insensatez Aí pergunto a Deus, escute, amigo Se foi pra desfazer por que é que fez? Mas não tem nada, não Tenho meu violão