Na matemática do reino
É no dividir que nasce a multiplicação
De paz, alegria, pão, amor
Na subtração do próprio eu
O mais lindo e desmerecido favor
Se o menos é mais, o mais dele em mim nunca é saciado
Quando mais dele eu tenho, sou mais necessitado
A soma do amor foi tão grande, que multiplicaram-se as feridas
Subtraiu-se a alegria, dividiram-se as companhias
Determinando sozinho o valor da morte
E o resultado, vida
Somando todos os meus acertos
Não conseguiria, eu, agregar valor ao perfeito
Para que se desse início a essa equação de amor
Na matemática do reino, o perfeito se humanizou
Me chamou de volta, se alegrou, correu pra porta
Me abraçou todo sujo, não importa
Mesmo depois que exigi a minha parte e pedi pra dividir
Voltei a zero e encontrei tudo ali
Exatamente igual a quando eu saí
Se a ordem dos fatores não altera o produto, fico mudo
Meus acertos não acrescentam o amor
Meus erros não o diminui, minha falha correu pro teu favor
E o que já foi sequidão, hoje flui
Nas somas dos meus pecados, não dividiu o fardo
Ao contrário, tomou sozinho sobre si
Diante de olhos curiosos, diminuía
Na ótica divina, cumpria, crescia
Me chamou pra viver na terra
Mas com os olhos fitados no alto
Sussurra paz aos que gritam guerra
Ser flor que brota no asfalto
Caminhar em um mundo caído
Carregando valiosos princípios
Invertido, dividindo pão, multiplicando paz
Matematicamente, no reino, menos é mais
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