É justo para se lamentar A gente abrir mão de segundos preciosos Que talvez nos trouxessem direto um pro outro? É justo que um pote de ouro Venha ao seu encontro e ao meu E desencadeie pânico, paralisação, desastres, desculpas? É justo te dar um beijo na boca à margem da testa, da fala E da escrita, de uma represa, uma festa? É justo permitir que uma palavra desgovernada Deixe a minha boca E aumente a minha resistência à você? Se uma pessoa só é uma máquina só Se ela provavelmente Canta, dança, pensa, treme Aflita Não será que tem respostas nas pontas dos dedos Dados, balangandãns no pensamento Que costumem nos acompanhar?