Um ponto final
Uma pausa no momento
Não precisa ser lamento
Toda história vai continuar
Um ponto final
Um respiro no caminho
Não precisa ser espinho
Dói, eu sei, mas sempre há ar pra respirar
Um ponto final
Uma ideia como ponte
Como um barco navegando no horizonte
A se perder no mar
Um ponto final
Na escrita dessa vida
Será como uma ferida
Que se cura ao caminhar
Há, eu sei
Um outro fim para além da dor
Novo lugar depois do sofrer
Uma canção pra compor
Outro tempo pra tecer
Tudo é
Lembrar, viver, partir
Tudo foi
Morrer, nascer, sentir
Tudo foi, será, tudo é
Um outro fim pra além da dor
Outro tempo pra tecer
Tudo é ponto final
Entre o fim e o começo, reticências
E nas andanças da vida que me sei sendo
Temo que todo ponto-fim seja apagamento
Das trilhas que costurei entre pés
Cortes, rasuras e tropeços
Remendo relações como quem confia no destino
No acaso de Chronos, Pandora, Saci de Pedra
Na possibilidade que tudo tenha início
Meio e reticências
Nada acaba, nada finda
Nada acaba, nada finda
Tudo passa, tudo passa, tudo passa
Passa, poço, poço, posso, posso, poço
É osso, é osso, osso
E o eco, você percebe?
A vida ecoa
Sempre há um embalo fluído da vida
Do agora que nunca há de ser ou há de haver
Do ciclo que não tem ponta solta
Teimo em ser vida onde me querem morte
Rogo pra deusa do contínuo e pra roleta da sorte
♪
Um ponto final
É passagem pro invisível
Algo irreconhecível
Não se vê
Mas se acredita que está lá
Um ponto final
Despedida, recomeço
Morte é ciclo do avesso
Um mistério pra se enfrentar
Há, eu sei
Um outro fim para além da dor
Novo lugar depois do sofrer
Uma canção pra compor
Outro tempo pra tecer
Tudo é
Lembrar, viver, partir
Tudo foi
Morrer, nascer, sentir
Tudo foi, será, tudo é
Um outro fim pra além da dor
Outro tempo pra tecer
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