E agora, Drummond?
Que será de José?
Que ficou sem tostão, que perdeu sua fé
Que não tem mais prazer
Que deixou de brigar
Que rendeu-se ao poder
Que não quer protestar, sua raiva murchou
Não tem gana mais, não
A esperança acabou
E agora, Drummond?
E agora, Drummond?
E agora, Drummond?
Está sem trabalho, está sem dinheiro
Está sem amigo e sem paradeiro
Só vê desespero, miséria, abandono
Os mesmos senhores na terra sem-dono
Não vê a mudança
Sonhar foi em vão
José já se cansa
E agora, Drummond?
E agora, Drummond?
E agora, Drummond?
Se você voltasse, se você escrevesse
Se você contasse que sofrer é esse
Se você existisse e se denunciasse
Se José pudesse ver a sua face
Mas você foi embora
Que tristeza, então
Pra José que chora
E agora, Drummond?
E agora Drummond?
E agora Drummond?
Sozinho ele roda na roda do mundo
Atrás da utopia jogada no fundo
Não viu alegria, a justiça não veio
E o destino do povo parado no meio
José chama o povo
Ninguém lhe responde
Mas ele ainda marcha
Drummond, para onde?
Drummond, para onde? (E agora, Drummond?)
Drummond, para onde?
Drummond, para onde? (E agora, Drummond?)
Drummond, para onde?
Drummond, para onde? (E agora, Drummond?)
Drummond, para onde?
Drummond, para onde? (E agora, Drummond?)
(E agora, Drummond?)
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