(Os anos são mais pesados) (Que a trouxa de roupas sujas) (Vivia de lavar os panos dos outros) (Ganhava a vida e uma lambujas) Pelos carreiros, andando vergada De tanto fazer os serviços brutos Uma galharia que está dobrada Aguentando peso dos seus próprios frutos O sabão de pedra que foi feito em casa Com muito carinho, ela mesma fez Leva na receita um quilo de soda E três quilo e meio do sebo de rês A roupa fica aquentando No quarador da pedreira O encardido vai branqueando Como a alma da lavadeira Desde menina lavou roupa Naquela sanga dos fundos Seu desejo era lavar Toda a sujeira do mundo Seu desejo era lavar Toda a sujeira do mundo ♪ Polindo o tempo das tuas lajes Cobriu as pedras com verde véu Pelos carreiros, ficou a saudade Sem se despedir, se foi pro céu Pra um acolchoado, tá lavando velos Que vai desfiando em finas penugens Olho p'ro céu nesses dias belos Ela tá secando um varal de nuvens A roupa fica aquentando No quarador da pedreira O encardido vai branqueando Como a alma da lavadeira Desde menina lavou roupa Naquela sanga dos fundos Seu desejo era lavar Toda a sujeira do mundo Seu desejo era lavar Toda a sujeira do mundo Seu desejo era lavar Toda a sujeira do mundo