Depois das luas Rosa Flor mimava um piá De olhos calmos, bem querer e olhar risonho Se o tempo moço tinha espera pra lhes dar Então a vida lhe entregou bem mais que um sonho Outro Mariano pra encilhar junto com o pai Seu peticinho baio ruano e bom de patas Era um campeiro mal calçando o pé no estribo De boina negra, de bombacha e alpargata Mariano Luna lhe ensinava um jeito certo De encilhar, firmar nas rédeas e sujeitar Ia contando ao piazito sobre a vida E o que ela tinha sim de bom pra ofertar Pela ansiedade Rosa Flor era um sorriso Que se perdia entre as flores da janela Depois de um mate a mesma cena repetiu-se E os dois Marianos acenaram na cancela Mariano Luna ia ao passo no seu baio E o peticinho rédea atada que obedece O outro Mariano que aprendia a ser do campo Pequeno mundo bem maior do que parece ♪ E Rosa Flor então sabia nos seus mates Que era o tempo cruzar poucas primaveras Que o guri ia também encilhar baios Porque a vida é um ciclo eterno de espera Mais uma vez a estrada foi de despedida Pois pra quem fica uma manhã é a vida inteira E os dois Mariano já voltavam do potreiro Pra Rosa Flor e sua saudade costumeira ♪ Então o rancho agora em três é bem maior Bombachas grandes e pequenas no varal Só o silêncio nunca mais que foi o mesmo Pra um romance que jamais vai ter final Pela ansiedade Rosa Flor era um sorriso Que se perdia entre as flores da janela Depois de um mate a mesma cena repetiu-se E os dois Marianos acenaram na cancela Mariano Luna ia ao passo no seu baio E o peticinho rédea atada que obedece O outro Mariano que aprendia a ser do campo Pequeno mundo bem maior do que parece