Sou quero-quero charrua No posto de sentinela Sou solidão de tapera Abandonado ao desgosto Sou o frio do mês de agosto Que corta por dentre a alma Sou o sanga mansa que acalma Como cantiga de tropa Sou a flor xucra que brota Nalgum potreiro de estância Sou trago que mata a ânsia De uma saudade remota Sou trago que mata a ânsia De uma saudade remota ♪ Sou lentidão de carreta Que segue firme a jornada Sou cruz solita de estrada Que humilde pede uma reza Sou domador que se preza No capricho da sua doma Sou tropilha redomona Do galpão eu sou o esteio Sou pingo mascando o freio Sou briga de foice no escuro Sou berro de touro puro Demarcando seu rodeio Sou berro de touro puro Demarcando seu rodeio ♪ Sou ginete garronudo Tal qual um pelego atado Sou um pealo de bolcado Erguido por mão de mestre Primavera que floresce Trazendo alegria ao mundo Sou silêncio mais profundo Que antecede o ritual Sou maneia trava e bocal A filosofia campeira Sou a charla galponeira E a comunhão fraternal Sou a charla galponeira E a comunhão fraternal ♪ Por fim sou o chão colorado Solo pátrio que bem digo Expulsei o inimigo Soldado de além fronteiras Que cobiçava minha bandeira Por ganância desmedida Sou medalha recebida Por manobras bem montadas Sou o toque de alvorada De um clarim de chamamento Sou carga de Osório e Bento Pátria e querência abençoada Sou carga de Osório e Bento Pátria e querência abençoada Sou carga de Osório e Bento Pátria e querência abençoada