O dia surgiu das sombras Na garupa do aguaceiro Trançando buçal de prata Com água e ventos pampeiros E amanheceu de alpargatas Mateando ao pé do braseiro Um céu de osco fumaça Pintou inteiro a manhã Enquanto o galpão proseava Em coro ao vocal das rãs Um vento frio desmanchava As copas do tarumã Dia e noite, noite e dia Chove a chuva, corre o rio Roda o rodeio da vida No sol quente ou dia frio Dia e noite, noite e dia Chove a chuva, corre o rio Roda o rodeio da vida No sol quente ou dia frio ♪ A tarde se foi as grimpas Quando a noite enraizou Num galpão armado pampa Com nostalgia emprenhou A tristeza dá saudade Aos olhos de quem cantou O céu negro azul profundo Carrapateou-se de estrelas Que a viver tremer luzindo Faz sonhar quem percebê-la No rancho o galpão é alma E a noite pra entender-las Dia e noite, noite e dia Chove a chuva, corre o rio Roda o rodeio da vida No sol quente ou dia frio Dia e noite, noite e dia Chove a chuva, corre o rio Roda o rodeio da vida No sol quente ou dia frio