Sou eu na boca dos ventos Chamando a voz das auroras Sou eu assim, campo a fora Sou eu nal'gum corredor, Nos flecos dum tirador Nas luas de um par de esporas. Sou eu na boca dum laço Na mão dum índio campeiro Sou eu, parando rodeio; Nal'gum rincão de invernada, No céu de uma campereada, Na sombra dos ovelheiros. Sou eu na boca da aguada Matando a sede do pingo Sou eu, num costume antigo, Da minha gente campeira Numa reunião de carreira Floreando o olhar dum domingo. Sou eu na boca encordoada Duma guitarra na rima Sou eu, vaneira genuína No idioma de algum galpão No pulsar de algum bordão Que espera o golpe da prima. Sou eu na boca do campo Na boca dum corredor Sou eu, na voz dum cantor; Sou eu num canto primeiro Na boca de algum campeiro Num vento assoviador...