Cinco e meia da manhã É hora de arriar os pelegos Porque o céu está azulego E o patrão já levantou. Logo vem surgindo a aurora, As Três-Marias foram embora E a Boieira ressuscitou. Cinco e meia da manhã Hora de encilhar cavalo, Outra vez cantou o galo Trepado lá na figueira. Quando mais, senão agora, Índio grosso não namora Negaceia a noite inteira. Cinco e meia da manhã Com a vassoura ali esquecida, Já foi feita a recolhida E a ordenha da vaca mansa. Um cardeal num pé de Amora Com seu canto comemora A manhã clareando a Estância. Cinco e meia da manhã Bota os seus ossos de ponta, Ligeiro como uma lontra O peão velho agarra média. Pega um tento e ata a espora Com os dedos sujos de fora E com o cavalo pela rédea. Cinco e meia da manhã Hora de parar rodeio, Logo o peão balança o freio, Com o cheiro de picumã. Companheiro não se escora E só o peão que é caipora Queima o assado de manhã.