Fiz do meu canto, cruzador de tantos rumos, Para que alcance imensidões além de mim Ecoando longe buscando outros confins, Levando junto as coisas que mais consumo. Será o meu canto, parte de algo que espero Que entropilhe na alma pampa do meu povo, Um jeito antigo que reponta um mundo novo Sempre no rastro da história que eu considero. Tenho por pátria o santo chão de onde veio O que abaguala esta bandeira que levanto Pois sem virtude talvez um dia o meu canto Será escravo da força de outros anseios. E pra onde vou, quando chegar, eu lhes garanto A minha Pátria por mim vai pedir licença Para que o mundo reconheça a minha crença E eu me abaguale, por ser gaúcho o meu canto... Assim meu canto se rebusca de esperanças E eu me enraízo cada vez mais no meu chão, Pra que eu sustente por gosto e por tradição, O que acredito que só a terra nos alcança. Por isso busco nas coisas que eu acredito Que serão sempre corpo e alma do meu verso, Buenos motivos pra que não ande disperso O fundamento de nunca cantar solito. Esta é a razão que alimenta o meu empenho Pra que jamais algo se adone desta gana Que palanqueia a identidade pampiana Aquerenciada junto ao cantar de onde venho.