Cantiga de ronda antiga Que há tempos não via mais Querência, galpão de pedra. Fogão dos meus ancestrais. Destapa um sonho caltivo, Chuvita mansa e dolente Que às vezes se para quieta Só pra escutar minha gente. Madrugada se boleando No coração cantador, cantador Outras almas vão costeando as brasas do parador Cantiga que ronda pela pedra, pela brasa Pela terra que moldou o perfil de cada alma. O galpão que reafirma o tempo templado pelos avós Voz de vento, voz de tempo eterno que somos nós. Por fora é noite "muy" negra, Por dentro baeta vermelha. Mal comparando é um poncho Sem o salpico de estrelas E segue cantando minha gente "Serenateando" no mais Um dia serão as pedras Que habitam nesse lugar O galpão reafirma o templo Templado pelos avós, pelos avós Voz de vento, voz de tempo eterno Que somos nós.