Ficou um silêncio E as noites mais longas Na baeta do poncho O cheiro da "flor". Nem há mais a pressa De volver da estância Atorando distâncias Pelo corredor. Até o gosto do mate Ficou mais amargo Sem os beijos na bomba Da doce morena. Não se alça a cuia Para o toque dos dedos Trocarem segredos Nas horas amenas. E a linda boieira Que nos contemplava Ficou lá no alto Talvez pra sinuela. Quem sabe na noite Quando a brisa acalma Se unam duas almas Nesta mesma estrela. Ficaram lembranças Tão vivas no rancho Que até a guitarra Por vezes se cala Quando encontro na carda Maneado entre os pêlos Teu fio de cabelo Nas franjas do pala. Quem sabe, morena, Eu ceve outro mate... Assoleie meu poncho Sobre o alambrado, Afine a guitarra Pra pontear a saudade Quando vir de verdade Ser feliz ao meu lado.