Todo o mundo cantando essa música, ó lá Antigamente, nem em sonho existia Tantas pontes sobre os rios Nem asfauto nas estradas A gente usava quatro ou cinco sinueiros Pra trazer o pantaneiro no rodeio da boiada Mas hoje em dia tudo é muito diferente Com progresso nossa gente nem sequer faz uma ideia Que entre outros fui peão de boiadeiro Por este chão brasileiro, os heroís da epopeia Com vocês Pedro Bento e Zé da Estrada ♪ Tenho saudades de rever nas currutelas As mocinhas nas janela acenando uma flor Por tudo isso eu lamento e confesso Que a marcha do progresso é a minha grande dor Cada jamanta que eu vejo carregada Transportando um boiada me aperta o coração E quando olho minha traia pendurada De tristeza dou risada pra não chorar de paixão ♪ O meu cavalo, relichando pasto a fora E por certo também chora na mais triste solidão Meu par de esporas meu chapéu de aba larga Uma bruaca de carga, um berrante e um facão O velho basto, o sineti e o apeiro O meu laço e o cargueiro, o meu lenço e o jibão Ainda resta a guaiaca sem dinheiro Deste pobre boiadeiro, que perdeu a profissão ♪ Não sou poeta sou apenas um caipira E o tema que me inspira é a fibra de peão Quase chorando engolindo nesta mágoa Rabisquei estas palavras e saiu esta canção Canção que fala da saudade das pousadas Que já fiz com a pionada junto ao fogo de um galpão Saudade louca de ouvir o som manhoso De um berrante preguiçoso nos confins do meu sertão