Êh, som de viola apaixonado, menino! Agora é Banda 100 Parêa botando pra descer gado! É só enchendo e derramando, menino! ♪ Num saco de estopa com imbira amarrado Eu tenho guardado a minha paixão Uma bota velha, chapéu cor de ouro Bainha de couro e um velho facão Tenho um par de espora, um arreio e um laço Um punhal de aço, rabo de tatu Tenho uma guaiaca ainda perfeita Caprichada e feita só de couro cru Do lampião quebrado, só resta o pavio Pra lembrar o frio, eu também guardei Uns pelego branco que perdeu o pelo Apesar do zelo com que eu cuidei Também um cachimbo do cano colombo Quantos pernilongos com ele espantei Um estribo esquerdo que eu guardei com jeito Porque o direito na cerca e eu quebrei A nota fiscal já toda amarela Da primeira sela que eu mesmo comprei Lá em Soledade, na Casa da Cinta 230 na hora eu paguei Também o recibo, já todo amassado Primeiro ordenado que eu faturei É a minha tralha num saco amarrado Num canto encostado que eu sempre guardei Pra mim representa um belo passado A vida de gado que eu sempre gostei Assim entreguei esse trabalho duro E fiz meu futuro sem violar a lei O saco é relíquia com os seus apetrecho Não vendo e nem deixo ninguém pôr a mão Nos trancos da vida, segurei o taco E o ouro do saco é a recordação Ei, é boa!