Deus habita em nossos corações
Eu disse, Deus habita em nossos corações
Eu digo, glória a Deus nas alturas
Louvado seja o louvável senhor de todas as alturas
O onisciente, o onipresente, o onipotente
Senhor misericordioso, livrai-nos os pobres
Os miseráveis, os embestados
♪
Aqueles abandonados à sorte do mal que espreita a fraqueza
Dos mais suscetíveis ao crime de Estado e de igreja
Afastai de nós, senhor, as chances milesimais de mortes naturais
Pra quem nasce pobre agora
Metade da expectativa de vida do cavalo da cavalaria da polícia
♪
Afastai de nós também, ó, Inominável
Os mundos que insistem em heróis gregos
Persas, romanos, egípcios e sumérios
Os mundos que insistem na covardia do subjugo e da decapitação
E ensinai respeito aos mais antigos
Mas, quando necessário, fazei-nos meditar no parricídio
♪
Afastai de nós, altíssimo
O mundo-fornalha de acionistas
O fogo-fátuo de arquibilionários
A fantasia do verso
A fome concreta do miserável
Pra toda eternidade, fazei de nós, senhor
Instrumento de vossa glória por justiça
De vosso amor pela diferença, onde, finalmente, a humanidade
Pode comungar os valores de vossos ensinamentos subversivos
Concentrai, misericordioso
A solução total das nações unidas
Em pouca promessa e alguma dívida
E, finalmente, dai-nos a paz perpétua
Com pretos, vermelhos e amarelos tão desejada
E num gesto gentil e generoso
Não tardai em reverter a dívida em júbilo
À vossa justiça, altíssimo
♪
E quando, por fim, tudo estiver para sempre perdido
No espaço de uma curta existência
E não houver nada que se possa fazer em vida
Confortai, senhor dos justos, também um coração suicida
E quando, por fim, tudo estiver pra sempre perdido
No espaço de uma curta existência
Confortai, senhor dos justos
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