Bocejos são contagiosos Eu me levanto e calço estes sapatos velhos Confortáveis E porta à fora, uns três ou quatro passos Que alegria, eu já não sou o mais remoto Dos otários Bom mesmo é alternar calçadas Ir metabolizando quadro a quadro As cores dessa tarde Quem anda a pé aprende a usar os olhos E sabe tocar de ouvido os ruídos Da cidade Então, canto para que? Grito contra quem? Vou atrás de que? Não são tão fundamentais Questões viscerais Essas e outras mais Se eu falo por mim E você também Silêncios são constrangedores Eu digo já descalço dos sapatos velhos Confortáveis Eu gosto mesmo é de trançar as pernas E até mesmo de pisar os pés descalços Dos meus pares Bom mesmo é encontrar os pares Ir contrabandeando ideias torna as as tardes Mais solares Não é exatamente passeata Mas é hora muito grata para abrir os paladares Então canto para que? Grito contra quem? Vou atrás de que? Não são tão fundamentais Questões viscerais Essas e outras mais Se eu falo por mim E você também Então, canto para que? Grito contra quem? Vou atrás de que? Não são tão fundamentais Questões viscerais Essas e outras mais Se eu falo por mim E te escuto bem Não é que seja impossível ser feliz sozinho Sozinho ninguém é nada