Penso nas épocas, penso por décadas Somo, calculo e me espanto Quando foi isso? Isso foi quando? Se erro na conta, acerto no canto Passam-se os anos, lembranças turvas Perdas e danos nunca são chuvas de verão Salvo o engano, salvo o abandonos Buscas e planos sempre são bônus que virão Tudo começa numa década tal Mesmo não sabendo em qual Tudo continua em outra década tal As décadas antigas Eram longas, se alastravam As décadas de hoje São curtinhas, logo acabam Mas quem já está na década Não tem vida mole É só se distrair Que vem o tempo e engole Passam-se os anos, lembranças turvas Perdas e danos nunca são chuvas de verão Salvo o engano, salvo o abandonos Buscas e planos sempre são bônus que virão De dez em dez anos a mudança é total Pra quem confia nisso, é legal Mas não demora muito pra cair na real Nas décadas antigas, o que houve todos sabem Nas décadas de hoje, muitos fatos já não cabem E se uma dessas décadas parece normal A outra vem com crise, com desastre e o escambau Passam-se os anos, lembranças turvas Perdas e danos nunca são chuvas de verão Salvo o engano, salvo o abandonos Buscas e planos sempre são bônus que virão Penso nas épocas, penso por décadas Somo, calculo e me espanto Quando foi isso? Isso foi quando? Se erro na conta, acerto no canto Passam-se os anos, lembranças turvas Perdas e danos nunca são chuvas de verão Salvo o engano, salvo o abandonos Buscas e planos sempre são bônus que virão