Eu nasci, com a maldição de ser feliz Eu só queria ser normal, sorrir só quando dizem "xis" Procurei, alguma cura desse mal Mas percebi que a maldição, estava mesmo em ser normal ♪ Logo no nascimento já era visível que pra um pai tão sério aquilo era horrível (era horrível) Um filho nascer palhaço (palhaço), não foi razão pra festa (pra festa) Mas que cabelo estranho, que nariz é esse? (é esse) Depois de adolescente mandaram que escondesse Como espinha falsa, bem no meio da testa (no meio da testa) E ele fez o seu papel foi sério o tempo inteiro (o tempo inteiro) Só dava risada trancado no banheiro (no banheiro) Ganhou uma maleta e partiu atrás de emprego (atrás de emprego Lá foi nosso palhaço vestido de adulto Com cara emburrada e linguajar tão culto (tão culto) Mas falar em alegria p'ra ele (p'ra ele) era grego (era grego, era grego) ♪ Com diplomas e um currículo em seu repertório (repertório) Chega o circo de horrores chamado "o escritório" ("o escritório") Lá sua fantasia (fantasia) é mais uma entre tantas (entre tantas) O domador enjaulado que mata um leão por dia (por dia) O malabarista desequilibrado fazendo acrobacia (acrobacia) A engolidora de sapos com o nó na garganta (nó na garganta) A atiradora de facas com a língua afiada (afiada) explica a regra do jogo (a regra do jogo) Ninguém contraria o chefe porque ele gospe fogo (cospe fogo) Mas aparece o ilusionista anunciando a sexta-feira (a sexta-feira) E o palhaço que perdeu a alegria procurando se encontrar Leva no peito um sorriso estampado no crachá (no crachá) Eu nasci, com a maldição de ser feliz Eu só queria ser normal, sorrir só quando dizem "xis" Procurei, alguma cura desse mal Mas percebi que a maldição, estava mesmo em ser normal Debaixo dessa careca (dessa careca) Eu sei que existe uma peruca, já aquela ideia maluca (maluca) De quem sabe um dia ser feliz Debaixo da maquiagem ('agem), eu sei que existe um palhaço (um palhaço) Que vai entender que o fracasso (o fracasso), é não assumir o seu nariz