Composição: Guinga e Paulo César Pinheiro Mandacaru é vermelho como o sol do sertão Cacimba seca é o espelho, pega fogo no chão Sem água o gado se perde O que mata o boi mata o verde, é sede Barriga grande de filho é barro, é bicho, é inchação Que o fim do magro novilho é o bico do gavião Sem mato o gado não come O que mata o boi, mata o "home", é fome Eh, vida de cão! Trabalha e nunca tem nada não Danação! Arrancando o couro pro patrão Pros feitor e pros macaco so pedindo proteção A corisco, a ventania, a vorta-seca, a lampião Aí que eles vão ver como se dança o baião Bota o cristão de joelho pra sangrá o coração E sai o facão vermelho igual luar do sertão Pros "coroné" só o cangaço, No parabelo ou no braço ou no aço Ou segue o trilho da leste e vai pro sul cidadão Ou pega enxada no agreste ou pedra na construção Sina de pobre é má sorte, Paz de caboclo do norte é morte É só provação É dono de engenho e capitão Perdição Na fé no "Padim Ciço Romão" Vou botar cinto cruzado, peixeira, chapéu, gibão Acender nome de guerra no pavio de lampião Aí que eles vão ver como se dança o baião Mandacaru é vermelho...