Oh! musa do meu fado
Oh! minha mãe gentil
Te deixo consternado, no primeiro abril
Oh! não sê tão ingrata, não esqueça de quem te amou.
E em tua densa mata, se perdeu e se encontrou.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai
Tornar-se um imenso Portugal.
Com avencas na caatinga, alecrins no carnaval, licores
Na moringa, um vinho tropical.
E a linda mulata, com rendas do Além-Tejo, de quem
Numa bravata arrebatou um beijo.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai
Tornar-se um imenso Portugal.
Guitarras e sanfonas, jasmins, coqueiros, fontes,
Sardinhas, mandioca, num suave azulejo.
O rio Amazonas, que corre Trás-os-Montes, e numa
Pororoca, desagua no tejo.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai
Tornar-se um imenso Portugal.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai
Tornar-se um imenso Portugal.
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