DIVINO E DONIZETE O REI DA CANA Na BR que vai pra Goiânia Pela cento e cinquenta e três Foi num posto de beira de estrada Vou contar o que eu presenciei: Uma moça também de passagem Maltratava um rapaz cortez E na lanchonete do posto Sem demora eu me aproximei Para ouvir de quem era a razão Naquela ocasião a conversa escutei. Era um moço que chegava a pé Caminhando pelo o acostamento E a moça dizendo ser rica Num estranho comportamento Vendo ele bem sujo e rasgado Ela usou um pesado argumento Foi dizendo: Aqui não é chiqueiro Para um porco pedir alimento... Quero agora deixar meu protesto Porque eu detesto ver homem nojento. A resposta do moço foi calma: Senhorita presta atenção Porque minha jornada a pé Tem profunda explicação... Venho vindo de terra distante Pra cumprir uma séria missão Meu filhinho estava doente A ciência não deu solução... Pra senhora eu digo a verdade Vou indo a Trindade só por devoção! Venho vindo de Ribeirão Preto Caminhando a várias semanas Por milagre meu filho sarou Eu não tive a sorte profana. Sou um fiel pagador de promessa E comigo você se engana Não é porco o meu apelido Lá na região de Serrana... Eu não quero ser um convencido, Mas sou conhecido Como o rei da cana! Mil alqueires de cana plantada Só em uma das propriedades Também tenho usina de açúcar Muito luxo e muita liberdade. Porém isso não tira o direito De fazer a você caridade Vou pedir ao Santo Divino Quando a pé eu chegar em Trindade Para pôr em seu coração Muita compreensão e bastante humildade!