Vancê talvez não conhece o veneno que as cobras têm Pois elas, quando dá o bote, balança o guizo também A cascavel traiçoeira quando ela quer se vingar Balança o guizo contente na hora de ela pegar A urutu é perigosa, de ruim não se manifesta É cobra tão venenosa que traz uma cruz na testa Jaracuçu, Deus nos livre quando ela chega a picar Deixa o sinal de seus dentes e a cicatriz no lugar Mas eu lhe digo a verdade, por cobra eu já fui picado Por cascavel e caninana e urutu, este malvado De todas já me livrei, desse veneno amargura Existe um contra veneno, por isso tudo se cura Mas tem uma cobra no mato, cabocla lá do sertão Que traz veneno nos olhos e ataca no coração Desta uma vez fui picado, um dia só por maldade Que ainda trago o veneno, na cicatriz da saudade Já vai fazer quase um ano que eu deixei o meu sertão Por um veneno dos olhos que atingiu meu coração Uma cabocla do mato que tanto mal tem me feito Uma olhada me deu, foi um veneno perfeito Esta cobra venenosa, cobra em forma de gente Talvez da mais perigosa, pode matar de repente Procurei tantos remédios, andei por toda cidade Mas qual o que não existe nada que cure a saudade Agora vou repetir a história mais dolorosa Esta cabocla do mato é a cobra mais venenosa