De tarde volto da roça e descarrego os cargueiros Eu solto a tropa no pasto, prendo o baio no potreiro Boto milho pras galinhas, boto milho no chiqueiro Aparto todo o meu gado, todo o meu gado leiteiro Depois de todo o trabalho, eu volto pra descansar E na soleira da porta, eu sento pra cachimbar Ali, eu vou me entertendo, vendo as rolinhas voltar Pois moram todas comigo, nas árvores do meu quintal Deste bando de rolinha, só uma não quer ficar É uma rolinha arisca que muito me faz penar Esta rolinha que eu digo é a derradeira a passar Deixando o ninho já feito pra noutro ninho ir pousar Se esta rolinha cabocla que passa pro meu caminho Bem sabe que neste rancho vive um caboclo sozinho Rolinha, se tu quiseres, eu te darei meus carinhos Um é pouco e dois é bom pra viver dentro de um ninho Se tu, rolinha malvada, soubesse a vida cruel Que eu vivo só neste rancho sem carinho de mulher Rolinha em forma de gente que passa pro meu sertão Hás de cair no laço que eu fiz no meu coração