Velho peão sentou na porta do rancho, E de longe viu no gancho suas traias penduradas E nessa hora viajou no pensamento E ali por um momento lembrou a vida passada Aquelas traias tambem tinha tres esporas Que faz parte da história e da sua mocidade Duas esporas ali faz um par perfeito A outra é o pé direito que faz par com a saudade Velho peão que hoje chora de saudade Do tempo da mocidade que vivia nas estradas Velho peão pelo tempo traquejado Até sonha acordado com estouro de boiada Velho peão saiu da porta da sala, Apoiado na bengala, até a estrada chegou E ali ficou encostado na porteira Sentindo o cheiro da poeira da boiada que passou E um berrante ecoava no grotão Judiando de um peão que não toca mais boiada E no seu rosto, um pranto triste apareceu Entre as rugas escorreu feito trilhas das estradas Velho peão... E o netinho vendo seu avô chorando A ele foi perguntando, o que foi que aconteceu Você ainda não sabe o que é saudade Pois machuca de verdade, como dói o peito meu Aquelas traias que eu guardo de lembrança E deixo como herança cuide delas com carinho Este peão está no fim da jornada Hoje não aguenta nada Me abraça meu netinho Velho peão que hoje chora de saudadedo tempo da mocidade...