Pobre de mim, que não tenho pedigree! Vivo esperando uma luz, um blues, um sim Se não me vêm, não tem de quê Arrumo um jeito pra esquecer E canto assim: Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Num outro dia, eu caí e me espatifei Levei um tombo e rachei meu pince-nez Eu vi estrelas e foi bom Nasceu a dor e o céu luziu Cantei assim: Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Num outro dia, vi o Diabo atrás de mim Um par de córneos e uma capa carmesim Como é bonito ser assim! É! Beijei o Diabo e disse assim Eu disse assim: Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Depois, por fim, numa nuvem cor de anis Anjo divino enterrou a espada em mim E no entanto agradeci Pela beleza que há em ti Que há em ti Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Pra terminar, resolvi chegar ao fim Arsênico e HIV pra mim Confesso: não me arrependi O abismo é bom, vamos cair! Vamos cair! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Iô! iô! iô! iô! Pobre de mim, que não tenho pedigree...