Naquela noite, cheia de estrelas Ela passava cheia de graça A segurei pelos cabelos E enfiei uma porrada! Ela gemia, ela chorava E a Lua cheia iluminava... Depois peguei um caco de vidro E enterrei no seu umbigo Ela urrava, ela gemia Um passarinho batia as asas Um violino tocava valsa E a Lua cheia iluminava... Com um alicate eu retorcia Os seus mamilos tão delicados Ela pedia pra que eu parasse E eu sentia uma estranha calma Os Vaga-lumes contracenavam E a Lua cheia iluminava... E fui puxando fio por fio Dos seus cabelos castanho claros Em cada fio que eu arrancava Era uma lágrima, era outra lágrima Os arvoredos com cor de prata A Lua cheia iluminava... E com a perícia de um obstetra Em meio a um bosque cheio de flores Eu extirpei de dentro dela Um bicho horrível chamado homem Os passarinhos em revoada A Lua cheia iluminava... A minha vida é essa história Por mais que eu pinte é sempre escura Pro que eu pergunto não há resposta Mas de repente levei um susto Olhei pra dentro da minha alma E a Lua cheia iluminava... Naquela noite, cheia de estrelas Ela passava cheia de graça A segurei pelos cabelos E enfiei uma porrada! Ela gemia, ela chorava E a Lua cheia iluminava...