Não tem remédio, gesto que ajuda Quando o mal é tristeza e o sentimento é culpa Tristeza dói e eu não sabia Pensei que era forte, óh, ironia da vida Dormir pra acordar e de tudo fazer um pesadelo Errei de novo, suas coisas tão do mesmo jeito Cobertor, travesseiro na cama ainda vazia O nada e o silêncio num quarto sem alegria É, irmão, nem mesmo eu sabia Quanta falta faria seu sorriso prum bom dia Não vai mais gritar gol, vendo os porco balançar a rede Não vai zoar ganhando o jogo do game O que que cê fez com a gente, óh, desculpa Se não fui suficiente pra suprir a sua angustia Por ter esquecido que a pior depressão não fala... Perdeu pro desespero, eu não posso fazer mais nada Não sei se vou resistir Como me desfazer de ti? Mas vou tentar seguir, mesmo sem forças Até quem sabe um dia Agora nada mais importa e só me resta chorar Lágrimas não te traz de volta pra eu poder me desculpar E ter tentado impedir teu fim sem ninguém Se confortar que cada um escolhe o destino que tem Sozinho fica difícil é quente, quem a solidão Optou foi por não ver segurança na multidão Onde prioriza as nota e por ela faz guerra Pra ver que nada importa só quando a vida vai nessa Fatos tem versões múltiplas que a verdade oculta E pune de forma injusta quem precisava de ajuda Discrimina com preconceitos, falso, ignorante Que, sem conhecimento crucifica o semelhante É tarde pra se arrepender do que não fez E aprender que perdão não se deixa pro dia seguinte Reavalia rancores do passado que mata O depressivo ilhado, afogado em mágoas Tudo que eu não queria, irmão É ver a bandeira do seu quarto cobrindo seu caixão Seu retrato entre as flores, um triste sorriso Porque me deixou sozinho O sol não tem mais brilho, os dias são sem planos E o que conforta é crer que a mãe ta te esperando Vou continuar aqui pelas sobrinhas que cê tanto amou Contando os dias pra te ver de novo, rô! Não sei se vou resistir Como me desfazer de ti Mas vou tentar seguir mesmo sem forças Até quem sabe um dia Mas vou tentar seguir Mesmo sem forças (Acho que não sabia o quanto sua presença) (Era importante pra nós, enfim, eu te amo) Até quem (Eu te perdoo, irmão) Sabe um dia (Rodrigo dos Santos Manareze) 25 de novembro de 1983... 20 de abril de 2013