Canta a cigarra na entrequadra Convocando densas nuvens Pra encerrar a sequidão Lança seu zumbido no cerrado Canta forte, até explode Seu canto é libertação Ê raiê raiê rá Êraiá Ê raiê raiê rá Êraiá Venta, ventania, arruaceira Sopra forte na amoreira Carregada de tição Sopra o seu hálito que é morno Leva longe essa agonia Que sufoca a estação Ê raiê raiê rá Êraiá Ê raiê raiê rá Êraiá Canta o sabiá, nossa esperança Abençoa de cor viva O ipê na floração Queima de um vermelho encarnado O flamboyant iluminado Alegrando a vastidão Ê raiê raiê rá Êraiá Ê raiê raiê rá Êraiá ♪ Frio, névoa seca, estiagem Um deserto no cerrado Ar queimando no pulmão E o astro que adormece avermelhado Voltará trazendo a chuva Prá regar no nosso chão