Pareço que cresço em noite sem lua No contrabalanço da baixa maré Parece que desce com pressa pra rua Cruzar a cidade na sola do pé Correndo, vai vendo que a curva é maior Que o raio não chega depois do trovão Que não há vitória pra quem corre só Que a minha andorinha quer ser teu verão Pareço que cresço em noite sem lua No contrabalanço da baixa maré Parece que desce com pressa pra rua Cruzar a cidade na sola do pé Correndo, vai vendo que a curva é maior Que o raio não chega depois do trovão Que não há vitória pra quem corre só Que a minha andorinha quer ser teu verão Que o laço que trago é mais forte que o nó Que a mãe é que sabe escolher o feijão Mas que ela aprendeu a escolher com a avó E o homem é que diz que inventou tradição Que gente que mente Que acende fogueira Que sabe, que cabe Que come besteira Que inveja, que chora Que espuma, que odeia Que reza, que morre Que vive, que anseia Que sobe, que desce Obedece, esperneia Que corre, que deita Que aceita na veia Que chega, que xinga Que cai de primeira Que colhe o que planta O que compra na feira Que gente Que gente Que gente Que gente